terça-feira, 3 de dezembro de 2019

CIBERCULTURA. Alguns pontos para compreender a nossa época.




O imaginário do século XXI, construído no século passado, colocava-nos em meio a uma certa fascinação com robôs e máquinas voadoras em um mundo asséptico, ao mesmo tempo que nos alertava quanto os horrores do controle maquínico da vida humana, da perda das relações sociais autênticas e de um afastamento perigoso da natureza. O péssimo Matrix Reloaded nada mais é que um infeliz atualização desse imaginário. A cibercultura encarna esse imaginário e esses problemas estão, em maior ou menor graus, presentes. No entanto, poderíamos dizer que o nosso futuro do presente é mais humano do que o futuro do passado pensado pelas utopias e distopias do século XX. Assim, longe de um mundo dos Jetsons (limpo, feliz, asséptico, roboitizado) ou mesmo de um total deserto do real de 1984, a sociedade contemporânea está viva no que o humano tem de mais radical, um presente caótico, violento. Devemos assim estar abertos às potencialidades das tecnologias da cibercultura e atentos às negatividades das mesmas. Devemos tentar compreender a vida como ela é e buscar compreender e nos apoderar dos meios sócio-técnicos da cibercultura. Isso garantirá a nossa sobrevivência cultural, estética, social e política para além de um mero controle maquínico do mundo. Para os que sabem e querem olhar, nas diversas manifestações socioculturais da cibercultura contemporânea podemos constatar que ainda há vida para além da articialização total do mundo. O fenômeno ainda está em sua pré-história e esse objeto dinâmico se transformará com certeza. Afirmamos que

hoje, o nosso presente é imune às assepcias e controles generalizados. Há ainda vida na técnica e não o deserto técnico do real.

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